BM Alemida Garrett - 17:30
"História Trágica com Final Feliz" (2006)
de Regina Pessoa
Vencedor do Grande Prémio do Festival de Annecy
IMDb
Cinefotografia do Porto: olhares cruzados
Participantes: Sérgio C. Andrade, Abi Feijó, Virgílio Ferreira, Maria do Carmo Serén
Conversador: Miguel von Hafe Pérez
Este é o filme português mais premiado de todos os tempos. Já leva mais de 50 prémios muitos dos quais obtidos nos melhores festivais do mundo. Sobre História Trágica com Final Feliz diz Regina Pessoa: “Seguimos uma menina e descobrimos que ela não é igual às outras pessoas, é “diferente”. O traço que a faz diferir não só incomoda a comunidade a que pertence, como se traduz por um profundo sofrimento individual. A comunidade e a menina reagem à diferença, a primeira manifestando a sua intolerância, a segunda isolando-se. Com o tempo, a comunidade acaba por habituar-se insensivelmente à presença da diferença, distanciando-a, mas ao mesmo tempo integrando-a na voragem do seu quotidiano. Porém as diferenças existem, persistem e são irredutíveis. Certas vezes possuem razão de ser e correspondem a estados temporários de trânsito para outros estados de existência, certas vezes são fatais... Seja como for, devem ser assumidas por quem as vive para a levarem a um melhor conhecimento de si própria e a uma mais intensa consciência do mundo. Um dia partirá e deixará a comunidade, que compreenderá, demasiado tarde, que o tal ser estranho que sempre mantivera à distância, tinha acabado por fazer misteriosamente parte da sua vida...”."
Passos Manuel - 21:30
"Douro, Faina Fluvial" (1931)
de Manoel de Oliveira
"Douro, Faina Fluvial" (1931)
de Manoel de Oliveira
"Douro, Faina Fluvial (1931, 18’, 35 mm)
Douro, Faina Fluvial de Manoel de Oliveira opera a metamorfose do material pró-fílmico do quotidiano da zona ribeirinha do Porto numa obra de vanguarda sem equivalente no cinema português. O filme inscreve-se na tradição das sinfonias das cidades de que Rien que les Heures de Cavalcanti, Berlim de Ruttman e O Homem da Câmara de Filmar de Vertov são paradigmáticos, e reverte numa reflexão sobre o próprio cinema. O filme começa e acaba, aliás, com a luz de um projector, que se verifica depois ser um farol à entrada do rio, o qual evoca metaforicamente os mecanismos cinematográficos. Esse artifício seria retomado 70 anos mais tarde em O Porto da Minha Infância (2001). Oliveira, então com 23 anos, viu o seu filme ser elogiado por Lopes Ribeiro, pateado pelo público, demolido por parte da crítica e proclamado obra-prima por alguns críticos estrangeiros. Hoje, Douro, Faina Fluvial é um filme de carácter monumental, indissociável da memória da cidade do Porto."
Este filme resultou de uma encomenda a Manoel de Oliveira por parte da Odisseia nas Imagens do Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura. Ao nome de Manoel de Oliveira está associada toda a história do cinema português e, em particular, a história do cinema feito no Porto, cuja memória a Odisseia das Imagens pretendeu recuperar, conferindo-lhe um sentido prospectivo. A encomenda, para além da homenagem ao cineasta, tinha o papel simbólico de representar o renascimento da produção do filme documentário feito a partir da cidade. O Porto da Minha Infância foi a obra de maior relevância produzida no âmbito da Programação de Cinema da Capital Europeia da Cultura. No filme, Oliveira regressa à sua cidade natal 70 anos depois de Douro, Faina Fluvial. Mas, desta vez, filma uma cidade que apenas existe na sua memória. O assombroso plano inicial de um maestro de costas para o público dirigindo uma orquestra invisível anuncia isso mesmo. Depois é um mergulho na memória e a descoberta de uma cidade mágica, porque é a cidade revelada da infância e juventude de Oliveira, como ele e viveu e como ele a viu."
Douro, Faina Fluvial de Manoel de Oliveira opera a metamorfose do material pró-fílmico do quotidiano da zona ribeirinha do Porto numa obra de vanguarda sem equivalente no cinema português. O filme inscreve-se na tradição das sinfonias das cidades de que Rien que les Heures de Cavalcanti, Berlim de Ruttman e O Homem da Câmara de Filmar de Vertov são paradigmáticos, e reverte numa reflexão sobre o próprio cinema. O filme começa e acaba, aliás, com a luz de um projector, que se verifica depois ser um farol à entrada do rio, o qual evoca metaforicamente os mecanismos cinematográficos. Esse artifício seria retomado 70 anos mais tarde em O Porto da Minha Infância (2001). Oliveira, então com 23 anos, viu o seu filme ser elogiado por Lopes Ribeiro, pateado pelo público, demolido por parte da crítica e proclamado obra-prima por alguns críticos estrangeiros. Hoje, Douro, Faina Fluvial é um filme de carácter monumental, indissociável da memória da cidade do Porto."
seguido de
"Porto da Minha Infância" (2001)
de Manoel de Oliveira
IMDb
Apresentação de Manoel de Oliveira
"Porto da Minha Infância (2001, 62’, 35 mm) de Manoel de Oliveira"Porto da Minha Infância" (2001)
de Manoel de Oliveira
IMDb
Apresentação de Manoel de Oliveira
Este filme resultou de uma encomenda a Manoel de Oliveira por parte da Odisseia nas Imagens do Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura. Ao nome de Manoel de Oliveira está associada toda a história do cinema português e, em particular, a história do cinema feito no Porto, cuja memória a Odisseia das Imagens pretendeu recuperar, conferindo-lhe um sentido prospectivo. A encomenda, para além da homenagem ao cineasta, tinha o papel simbólico de representar o renascimento da produção do filme documentário feito a partir da cidade. O Porto da Minha Infância foi a obra de maior relevância produzida no âmbito da Programação de Cinema da Capital Europeia da Cultura. No filme, Oliveira regressa à sua cidade natal 70 anos depois de Douro, Faina Fluvial. Mas, desta vez, filma uma cidade que apenas existe na sua memória. O assombroso plano inicial de um maestro de costas para o público dirigindo uma orquestra invisível anuncia isso mesmo. Depois é um mergulho na memória e a descoberta de uma cidade mágica, porque é a cidade revelada da infância e juventude de Oliveira, como ele e viveu e como ele a viu."
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