22 de Abril - 19 de Maio 2010
Cine Estúdio do Teatro Campo Alegre
Língua: alemão (legendas em português e espanhol)
Bilhete: € 3,50
No dia em que estreia em Portugal nos cinemas King (Lisboa) e Cidade do Porto (Porto) SOUL KITCHEN, o novo filme do cineasta alemão de origem turca Fatih Akin, a Medeia Filmes, numa colaboração com o Goethe Institut-Portugal, dá início ao ciclo “DO NOVO AO NOVO CINEMA ALEMÃO”, que decorrerá de 22 de Abril a 19 de Maio no Teatro do Campo Alegre, no Porto, e de 22 de Abril a 26 de Maio no cinema King, em Lisboa. No seguimento das vanguardas cinematográficas que irromperam na década de 60, surgiu em finais dessa década e “impôs-se” durante os anos 70, o “Novo Cinema Alemão” (Neuer Deutscher Film). Um grupo de cineastas de que sobressairiam, entre outros, Rainer Werner Fassbinder, Wim Wenders, Werner Herzog, Völker Schlondörf, Alexander Kluge, recriou o cinema que se fazia na Alemanha, deu-lhe força autoral e uma nova visibilidade internacional, com a presença nos grandes festivais e a conquista de vários prémios. Uma certa proximidade à Nouvelle Vague e aos ideais do Maio de 69, uma nova abordagem da sexualidade e das relações familiares e um cunho mais pessoal distinguiam estes filmes. Fassbinder marcou fortemente o período, como uma espécie de vulcão criativo (mais de 3 dezenas de filmes em pouco mais de uma década). Os road movies de Wenders tiveram um grande impacto na Europa e nos EUA. A partir da morte de Fassbinder assiste-se a um certo declínio, embora realizadores como Wenders, Herzog, Rudolf Thome ou Werner Schroeter, entre outros, continuem a filmar com regularidade e a mostrar os seus filmes nos festivais.
Já na década de 90, depois da reunificação, o cinema alemão volta a ganhar um novo fôlego, com grande visibilidade, novos realizadores de grande qualidade e muitos prémios nos festivais. Filmes que exploram a história recente da Alemanha tornaram-se grandes êxitos internacionais, como ADEUS LENINE! ou AS VIDAS DOS OUTROS (que ganharia o Óscar para o Melhor Filme Estrangeiro). Realizadores com origem nas comunidades emigrantes, como Thomas Arlan e, sobretudo, Fatih Akin, ambos de origem turca, viram a sua obra reconhecida dentro e fora da Alemanha. E surgiu ainda uma “nova vaga” de jovens realizadores, com um cinema de pendor autoral, que começou a sobressair nos festivais, e viria a ser conhecida como “Escola de Berlim” (Berliner Schule), apesar de nem todos os cineastas desta “vaga” ali terem estudado cinema. Nomes como Christian Petzhold, Angela Schanelec ou Benjamin Heisenberg, partilham, digamos assim, uma certa afinidade dramática e estética. Os seus filmes olham para realidades árduas, os seus protagonistas são seres solitários e abandonados, deambulando pelas cidades.
E se já lhe falámos de realizadores, por estes dias estarão, cá por casa, actores e actrizes como Hanna Shygulla, Rüdiger Vogler, Klaus Kinski, Bruno Ganz, Magdalena Montezuma, Ingrid Caven, Karlheinz Böhm, Andreas Schmidt, Ulrich Mühe, Daniel Brühl... As histórias e a História. Os rostos. Os olhares. As relações. A língua. Os livros. A cultura. Cerca de meio século de cinema alemão. De cinema também nosso.
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